A verdadeira riqueza da Vida Kung Fu se manifesta não apenas nos Jiu Sik ("técnicas") que treinamos, mas nas vivências que moldam nossa forma de ver, sentir e agir no mundo.
Ao lado do meu Si Fu, Grão-Mestre Leo Imamura, fui introduzido a essa dimensão mais profunda do Kung Fu — aquela que os chineses chamam de Sam Faat (心法), o “Método do Coração”.
Esse princípio se refere à transmissão da intenção, da essência e da vivência interna que sustenta a prática. Mais do que aprender o que fazer, trata-se de absorver como fazer e por que fazer, em sintonia com os valores que estruturam a tradição.
Essa experiência se torna ainda mais valiosa ao conviver com a família do Grão-Mestre: a Sra. Eda Imamura, cuja presença gentil carrega firmeza e sabedoria; o Sr. Malho Imamura, símbolo de integridade e força moral; e o irmão de meu Si Fu, Evandro Imamura, cuja relação fraterna com o Grão-Mestre revela nuances importantes sobre continuidade, respeito e afetividade.
Cada interação com essa família representa uma oportunidade de aprendizado sobre como os princípios do Kung Fu são vividos no cotidiano, e não apenas praticados no Gun.
Essa riqueza se desdobra também na trajetória dos meus discípulos, como Juan Federico e Diego Machado, que têm vivenciado momentos marcantes por meio dos MPAs (Momentos Programados de Acesso).
Esses momentos estruturados permitem que cada discípulo acesse, de forma guiada e profunda, conteúdos específicos do seu Domínio de Desenvolvimento, com maturidade e propósito.
É nesses encontros — formais e informais — que o Sam Faat se manifesta com maior clareza: no silêncio atento, no gesto correto, no olhar que transmite compreensão.
Cada MPA se torna um veículo para refinar o corpo, clarear a mente e alinhar o coração com o Caminho. Nessa vivência, o Kung Fu deixa de ser apenas um sistema técnico e se torna um modo de vida.
Por isso, estar ao lado do Grão-Mestre Leo Imamura e de sua família, assim como proporcionar essa experiência aos meus discípulos, é participar de um legado vivo. É cultivar o Sam Faat como ferramenta de transformação — não apenas na arte marcial, mas na vida como um todo.